Intimidade
(Para Sandra, sempre para Sandra)
Venha, vamos andar de novo
entre as flores que não colhemos
e ver em suas cores a vida,
a vida que vivemos
e ainda queremos.
Nem sempre sorrimos.
Nem sempre soube vê-la
revelada em sua mágica
onipresença de mulher
- você está em toda parte de mim,
em todas as minhas horas e ruas,
nos meus cabelos e roupas,
em todos os olhos e vitrines,
em todas as palavras e silêncios.
Nem sempre ousei
chamar seu nome de madrugada
emparedado pelo medo.
Mas não sei mais
levantar de manhã, tomar café
e fazer as coisas simples da vida
sem você: fundimo-nos,
amamo-nos, perdemo-nos um no outro
e só nos encontramos de novo
nos nossos olhares profundos
nos nossos sorrisos íntimos
nos nossos silêncios musicais.
Fernando Sabóia
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