quarta-feira, 7 de novembro de 2012

IGREJA: NATUREZA E PROPÓSITO, VIDA E FUNCIONAMENTO



“... põe-se vinho novo em odres novos...” (Mateus 9:14-17)

Fernando Sabóia Vieira, BsB, 2012, AD

Uma Visão Panorâmica da Igreja no Novo Testamento

         Caros,

Estamos meditando nesses últimos dias sobre natureza, propósito, vida e funcionamento da igreja. Temos compreendido que é chegado o momento de aperfeiçoar e completar o ordenamento da nossa congregação aqui em Brasília.
         Precisamos melhor estruturar os serviços de presbitério, diaconia, liderança, grupos caseiros, discipulado e outros. Temos necessidade de definições sobre formas de funcionamento, ensinos e práticas.
         Também temos sentido um intenso chamado do Senhor para amadurecimento, crescimento, frutificação, santificação e adoração.
         Assim, nos propusemos a meditar sobre como deve a Igreja se organizar, quais seus alvos, como deve ser a vida dos irmãos, como devem ser seus encontros.
         O Novo Testamento tem um modelo de organização e funcionamento para a Igreja?         O que as Escrituras nos trazem como princípios, normas e orientações para a Igreja? O que estamos fazendo está de acordo com a Bíblia? Podemos nela respaldar nossas práticas?
         São essas algumas das perguntas que têm norteado essa reflexão.
         A partir de uma leitura geral do Novo Testamento, podemos destacar as seguintes características marcantes da Igreja em seus primórdios.

A Igreja vivia, desde seu nascimento, em função de uma PROCLAMAÇÃO, de um PROPÓSITO, de uma PRESENÇA e de suas implicações em termos de qualidade de vida e de serviço de seus membros.
A PROCLAMAÇÃO era a do REINO DE DEUS, da necessidade de arrependimento e conversão, de submissão ao governo soberano do Criador e de Seu Filho. Esse havia sido o Evangelho – a boa nova – pregado por Jesus e continuava a ser o centro da vida e da pregação dos discípulos.
O PROPÓSITO ETERNO, em oculto desde a queda do homem, agora revelado plenamente por Deus, era o de ter uma FAMÍLIA de filhos com Sua natureza e caráter. A proclamação do Reino de Deus, com sua convocação ao arrependimento e conversão, tinha exatamente o objetivo de tornar os homens filhos do Pai Celeste.
Havia, destacadamente, na vida da Igreja, uma PRESENÇA viva, dinamizadora, reveladora, dirigente, santificadora, poderosa, atuante e comunicativa: o ESPÍRITO SANTO, o outro Consolador prometido por Jesus.
Em consequência da proclamação do Reino, da compreensão do propósito de Deus e da presença do Espírito Santos, homens e mulheres experimentavam uma profunda conversão pessoal, com transformação de caráter e de comportamento. Não se tratava de uma tradição ou de uma fé herdada, mas da presença vida de Deus agindo, convencendo, restaurando, salvando, chamando a uma comunhão inédita com Ele.
Dessa forma, os primeiros cristãos eram completamente comprometidos com a pregação do Evangelho como parte de suas vidas. Não havia necessidade de um envio ou comissionamento específicos. Indo, proclamavam o Reino e faziam discípulos de Jesus.
A comunidade de discípulos tinha uma vida intensa de adoração, oração, comunhão e serviço.
Os discípulos experimentavam uma qualidade de relacionamento com Deus e com os irmãos que os enchia de temor, louvor, alegria e chamava a atenção dos de fora.
A Igreja não estava presa a um determinado lugar, reunindo-se nas casas e em lugares públicos. Também não estava confinada a uma cidade, a um povo ou uma cultura, mas se espalhava por todos os lugares, povos e culturas.
Para seus encontros, a Igreja não dispunha de uma liturgia estabelecida. A adoração e a edificação eram produtos da participação promovida pela atuação do Espírito Santo na vida de cada um, sob a coordenação dos líderes.
Não havia nada parecido com um manual de normas, procedimentos e ensinos sistemáticos.
A Igreja era vivificada, dinamizada dirigida, capacitada, edificada, organizada e santificada pelo Espírito Santo. Ela era, assim, assim, mais pneumática e carismática do que humana e institucional.
Os ministérios, operações, serviços e ações eram resultantes das investiduras e capacitações do Espírito Santo.

Reino, propósito de Deus e o Espírito Santo eram os ingredientes do “vinho novo” trazido por Jesus que haveria de romper os “odres velhos” do judaísmo e produzir os “odres novos” capazes de conter sua expansão e fermentação, em termos de vida e serviço que produzem adoração, santificação, comunhão com Deus e os homens, evangelismo e edificação.

É isso que queremos experimentar. Oportunamente, compartilharemos algo mais sobre o tema.


Que a Graça de Jesus seja com o Espírito de todos.

Fernando