segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Misericórdia

Domingo, 17 de julho de 2016
Misericórdia



Na minha leitura diária da Bíblia me deparei com esse texto de Isaías que me chamou a

atenção.

Naquele dia, haverá cinco cidades na terra do Egito que falarão a língua de Canaã e

farão juramento ao SENHOR dos Exércitos; uma delas se chamará Cidade do Sol.

Naquele dia, o SENHOR terá um altar no meio da terra do Egito, e uma coluna se erigirá

ao SENHOR na sua fronteira. Servirá de sinal e de testemunho ao SENHOR dos

Exércitos na terra do Egito; ao SENHOR clamarão por causa dos opressores, e ele lhes

enviará um salvador e defensor que os há de livrar. O SENHOR se dará a conhecer ao

Egito, e os egípcios conhecerão o SENHOR naquele dia; sim, eles o adorarão com

sacrifícios e ofertas de manjares, e farão votos ao SENHOR, e os cumprirão. Ferirá o

SENHOR os egípcios, ferirá, mas os curará; converter-se-ão ao SENHOR, e ele lhes

atenderá as orações e os curará. Naquele dia, haverá estrada do Egito até à Assíria, os

assírios irão ao Egito, e os egípcios, à Assíria; e os egípcios adorarão com os assírios.

Naquele dia, Israel será o terceiro com os egípcios e os assírios, uma bênção no meio

da terra; porque o SENHOR dos Exércitos os abençoará, dizendo: Bendito seja o Egito,

meu povo, e a Assíria, obra de minhas mãos, e Israel, minha herança. (Isaías 19:18-25)


Me chamou a atenção porque em todo o Velho Testamento tanto a Assíria quanto o Egito são

imagens de tudo que há de ruim no mundo. Muitas vezes o Egito é usado como uma figura para

o próprio mundo, o próprio diabo, um lugar em que estávamos aprisionados em nossos

pecados. A Assíria muitas vezes é retratada como o capataz de Israel, um povo mal, idolatra e

perseguidor do povo de Deus. Esses dois povos, no nosso imaginário cristão, deve ser

destruído. Pensamos que Deus deve mandar fogo do céu para consumir todos eles, castigar

seus pecados e saciar sua justiça. Ficaríamos muito felizes de isso acontecesse.

Entretanto, nesse texto, está claro que o coração de Deus não é esse. Ele usou o Egito para

ensinar o povo de Israel, assim como os assírios. Mas Deus quer também a salvação deles. O

desejo do coração de Deus é usar de misericórdia e salvá-los também ("porque o SENHOR dos

Exércitos os abençoará, dizendo: Bendito seja o Egito, meu povo, e a Assíria, obra de minhas

mãos, e Israel, minha herança").

O primeiro pensamento que me veio à mente foi de que nada é impossível para Deus. Não há

milagre que Ele não possa operar, não há restauração difícil demais para Ele. Deus quer

restaurar a todos e trazer todos ao arrependimento e Ele pode fazer isso. Se até ao Egito e à

Assíria ele pode redimir, que dirá nossos próprios pecados, se nos arrependermos.

Segundo, me deparei com meu próprio coração. Como, muitas vezes, sou cheia de justiça

própria, disfarçada da própria justiça de Deus, quando estou diante de uma situação de pecado

de alguém. Às vezes, lá no fundo, queremos que as pessoas paguem pelos seus pecados,

sofram algum tipo de condenação e castigo pelas suas más condutas. Não necessariamente

aquele sofrimento inflingido por Deus para trazer alguém ao arrependimento, mas um castigo,

uma pena a ser cumprida para saciar nossa indignação e noção de justiça, que nada tem a ver

com a Justiça de Deus. E quando a pessoa verdadeiramente se arrepende e é recebida por

Deus de braços abertos "como se nada tivesse acontecido", sentimos que algo está faltando, o

castigo, a pena. É o coração do irmão do filho pródigo que se revela. Ele não se alegra com a

misericórdia de Deus.
 
 
Rafaela Widmer Saboia Vieira


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