terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O Caminho Estreito

da palavra à vida
do saber ao fazer
da tristeza compreensível
à alegria incompreensível
da inesperada dor
ao improvável louvor
do caos natural
à harmonia sobrenatural

do tumulto superficial
à serenidade profunda
da guerra aparente
à paz permanente
da louca sabedoria dos homens
à sábia loucura de Deus
dos muitos olhares possíveis
ao único olhar
que contempla o impossível

Fernando Sabóia, de ""Meu Caminho Coberto com Flores de Ipê Roxo".


Busquei o SENHOR, e ele me acolheu; livrou-me de todos os meus temores. Contemplai-o e sereis iluminados, e o vosso rosto jamais sofrerá vexame"
(Salmo 34:6).

A Fé e a Noite Escura da Alma

Marcos 8,14-21.
Os discípulos tinham-se esquecido de levar pães e só traziam um pão no
barco.
Jesus começou a avisá-los, dizendo: «Olhai: tomai cuidado com o fermento
dos fariseus e com o fermento de Herodes.»
E eles discorriam entre si: «Não temos pão.»
Mas Ele, percebendo-o, disse: «Porque estais a discorrer que não tendes
pão? Ainda não entendestes nem compreendestes? Tendes o vosso coração
endurecido?
Tendes olhos e não vedes, tendes ouvidos e não ouvis? E não vos lembrais
de quantos cestos cheios de pedaços recolhestes, quando parti os cinco pães
para aqueles cinco mil?» Responderam: «Doze.»
«E quando parti os sete pães para os quatro mil, quantos cestos cheios de
bocados recolhestes?» Responderam: «Sete.»
Disse-lhes então: «Ainda não compreendeis?»

Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho do dia feito por
São João da Cruz (1542-1591), carmelita, Doutor da Igreja
A Subida ao Monte Carmelo, II, 3 (a partir da trad. OC, Cerf 1990, p. 637 rev.)


«Não vedes? Ainda não compreendeis?»

Dizem os teólogos que a fé é um hábito da alma ao mesmo tempo seguro e
obscuro. E é obscuro porque nos propõe verdades reveladas sobre o próprio
Deus que ultrapassam qualquer luz natural e excedem toda a compreensão
humana, seja ela qual for. Daí decorre que a luz excessiva dada pela fé se
transforma para a alma em profundas trevas. Como sabemos, qualquer força
superior supera e enfraquece uma que lhe seja inferior; desse modo, o sol
eclipsa todas as luzes restantes, ao ponto de, quando ele resplandece,
todas as outras não parecerem propriamente luzes. Para além do mais, quando
está no zénite, o seu brilho ultrapassa por completo a nossa capacidade
visual até nos ofuscar em vez de nos fazer ver, devido a tornar-se
excessivo e desproporcionado à nossa visão. O mesmo se passa com a luz da
fé, que pelo seu prodigioso excesso abate e enfraquece a luz do
intelecto.


Tomemos outro exemplo: suponhamos uma pessoa cega de nascença que, por isso
mesmo, não conhece as cores. Ao esforçarmo-nos por fazer-lhe compreender o
branco ou o amarelo, bem podemos dar explicação atrás de explicação que ela
não retirará delas qualquer conhecimento directo, porque nunca viu as
cores, cujo nome será a única coisa que ela reterá no espírito, através do
ouvido. O mesmo se passa com a fé em relação à alma: a fé diz-nos coisas
que nunca vimos nem conhecemos e a respeito das quais não possuímos a mais
pequena réstia de conhecimento natural, mas retemo-las através do ouvido,
crendo no que nos é ensinado e ofuscando em nós a luz natural. Com efeito,
como nos diz São Paulo, «a fé surge da pregação» (Rom 10, 17). É como se
ele nos dissesse: a fé não é uma ciência que reconhecemos pelos sentidos,
mas um consentimento da alma que entra em nós pelo ouvido. Torna-se então
evidente que a fé é para a alma uma noite escuríssima, mas é precisamente
com a sua escuridão que ela ilumina: quanto mais a mergulha nas trevas,
mais lhe faz brilhar a sua luz. Assim sendo, é ofuscando que ela alumia,
segundo as palavras de Isaías: «se não acreditardes, não compreendereis»
(7, 9).


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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Humildade

"O primeiro passo na busca da verdade é a humildade. O segundo, a humildade. O terceiro, a humildade. E o último, a humildade.

Naturalmente, isto não significa que a humildade seja a única virtude necessária para o encontro e gozo da verdade; mas se as demais virtudes não estiverem precedidas, acompanhadas e seguidas da humildade, a soberba abrirá caminho e destruirá suas boas intenções." Sto Agostinho

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Conquista

Para o “campeão” Luís Fernando, aos 10 anos de idade, cansado, suado, faminto, sedento, arranhado ... mas totalmente feliz com a vitória no campeonato de futebol do colégio...

Há coisas na vida

que não se dão

não se compram

não se acham.


Também não se perdem

não se estragam

não se esquecem

não se vão.


São coisas que buscamos

com esforço

conquistamos

com paciência

moldamos

com sangue e lágrimas.


Se tornam nossas

como nossa pele

nos pertencem

como nosso nome

nos integram

como carne,

ossos e

sangue.


Para mim mesmo, aos quase 50 anos... igualmente arranhado, igualmente feliz...

Fernando Sabóia Vieira, em fevereiro de 2011.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Entra na Minha Pequena Vida

Senhor! Dá-me coragem e amor para abrir a porta e constranger-Te a entrar, qualquer que seja o disfarce que estejas usando, mesmo antes que eu reconheça completamente meu convidado.

Vem, entra na minha pequena vida!

Coloca as tuas mãos sagradas em todas as coisas comuns e em todos os pequenos interesses dessa vida e os transforma. Transfigura meus pequenos recursos e os torna sagrados. E, que neles, Tu me concedas a Ti mesmo!

Evelyn Underhill