quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

 “Seja forte e corajoso” (Josué 1:9)

 

 

         Queridos companheiros e companheiras de jornada,

 

 

         Josué tinha cerca de 72 anos quando ouviu, por três vezes, essa palavra do Senhor (Josué 1:6,7 e 9). Ele deveria suceder a Moisés e conduzir o povo de Israel na travessia do Rio Jordão e na conquista de Canaã, a Terra Prometida.

         Para cumprir tal tarefa, Josué precisava se fortalecer física e emocionalmente, embora fosse já um homem chegando na velhice e viesse de uma longa e difícil jornada de 40 anos pelo deserto.

         A fonte fundamental dessa força e coragem seria a companhia do próprio Deus ao longo da empreita, Sua Presença, palavra e poder: “o Senhor, teu Deus, é contigo por onde quer que andares”.

         Josué deveria, especialmente, ter força e coragem para agir “segundo toda a Lei”, sem dela se desviar. Para tanto, sua tarefa primeira era meditar, “dia e noite”, no “Livro da Lei”.

         Ele tinha, àquela altura da vida, ainda um serviço a realizar para Deus, e o Senhor seria com ele a cada passo, suprindo-o com sabedoria, força e coragem.

         Caberia, contudo, a Josué se dispor à tarefa, prosseguir a jornada e “colocar a planta do pé” nas terras além do Jordão, para que o Senhor agisse poderosamente em cumprimento à Sua promessa.

         Josué deveria andar e convocar o povo a segui-lo em uma terra ocupada, numa jornada de guerra, de conquista e de ocupação, sem deixar de prover as necessidades das pessoas e famílias. Ele deveria ser líder, comandante, sacerdote e pastor, como o fora Moisés.

         Ser forte e corajoso. Força física. Josué precisava estar fisicamente apto, aos 72 anos, para os rigores de uma campanha longa de batalhas e de ocupação da terra.

         Coragem. Deveria, também, ter força moral, psicológica e emocional, sem medos, sem hesitações, sem olhar para trás.

         A maneira de obter essa força e coragem seria manter-se fiel ao Senhor, obediente à Sua Palavra e confiante na Sua promessa e Aliança com Israel.

         Caros, alguns de nós já sentimos a idade chegando e a força e a coragem declinando. Levamos o peso dos anos, o cansaço das longas jornadas já percorridas, o desgaste das tarefas e lidas. Nos enchemos, às vezes, de receios e temores, compreendemos menos o mundo à nossa volta.

         Vivemos numa geração em que a velhice é vista como enfermidade, como fardo e como algo a ser evitado a qualquer custo. Mas ela faz parte do ciclo da vida humana na presente condição de nossa natureza, não é uma doença e não pode ser evitada, a não ser pela morte prematura. E não precisa ser um peso para nossa existência nem um deserto árido a ser atravessado.

         Temos uma alma eterna que habita um corpo mortal, ambos sujeitos às debilidades e decadências produzidas pelo pecado. No entanto, temos a habitar em nós o Espírito vivificante e energizante do Deus eterno, que nos comunica continuamente Sua graça e virtude. Sabemos que nosso destino final não é a decrepitude e a morte. Nosso corpo será revestido de incorruptibilidade e nossa alma se encherá da plenitude da Imagem de Deus.

Assim, enquanto estamos aqui neste mundo, temos um serviço a prestar ao Senhor, e precisamos prosseguir nossa jornada, confiando que receberemos dele mesmo o suprimento físico, moral e espiritual de que necessitamos.

Devemos nos fortalecer fisicamente tanto quanto pudermos. Cuidar do corpo, com alimentação e estilo de vida adequados à nossa idade e condições de saúde.

Devemos, igualmente, nos fortalecer na alma, com a busca contínua de transformação e comunhão com Deus. Dessa maneira seremos como aquela “árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo dá o seu fruto” (Salmo 1).

Assim como há o fruto a ser produzido na juventude e na maturidade, também há aquele próprio da velhice, que tem os sabores e nutrientes da experiência, da paciência, da perseverança, das provações, das celebrações e da comunhão e amizade com Deus, aprofundadas ao longo da jornada.

 

         Que a suficiente graça de Jesus seja com cada um de nós.

 

         Seu conservo e companheiro de jornada, já sexagenário,

 

         Fernando Saboia Vieira

 

         BsB, janeiro, 2024, AD

         

 

         Para minha amiga e companheira de jornada, Márcia Araújo Widmer.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

 

Para o Novo Ano

Brasília, em 1º de janeiro de 2019, AD.


Caros companheiros de jornada em busca da vida interior,



Nesse ano que começa, não quero ser avaliado por minhas eventuais vitórias, mas pela qualidade de minhas lutas, pois a Ele já pertence a toda a vitória;

Não pelos bens que possa adquirir, mas pela fidelidade e bondade que marcarem meu serviço e mordomia em relação aos que me forem confiados por Aquele a quem pertencem todas as coisas;

Não quero ser reconhecido pelo conhecimento e sabedoria que venha a obter, mas pela humildade e temor que tenham sido depositados no meu coração, porque n'Ele estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento;

Não pelas realizações e sucessos que possa alcançar, mas pela glória que minha vida venha a trazer ao nome daquele a quem pertence toda a Glória;

Não quero ser considerado pelo impacto e influência de minha vida nas vidas das pessoas, mas pela saudade do Pai que minhas ações e palavras possam produzir em seus corações.


Que a graça de Jesus seja com todos.

Fernando Sabóia Vieira