terça-feira, 28 de junho de 2011

50 ANOS

I


Mais silenciosos
Do que o esperado

Como uma pausa
Como se cruzasse um portal
Entre mundos e eras
Como se tudo tivesse sido apenas
Uma longa introdução

Perdi coisas
Que nunca tive

Futuros que não aconteceram
Passados inexistentes

Ganhei coisas
Que sempre tive

Passados vividos
Futuros encontrados


II


Perdeu-se o tempo
Da simplicidade
De ser ingênuo ou herói

Saber é um caminho
Sem volta
Pensar é um vício
Sem cura

Agora
O caminho
Se torna peregrinação
E o tempo
Apenas uma possibilidade


III


Faço perguntas
Cada vez mais humanas
Em busca de razões
Cada vez mais divinas

Obtenho cada vez menos
Respostas

Mas tenho, cada vez mais
A silenciosa companhia
Da Palavra
Da Palavra plena
E transitiva em si mesma


IV


Translúcido
Transparente
Completamente atravessado
Vazado
Sem opacidades
Sem toldos

Não consumido
Não obliterado

Refratado
Decomposto
Reposto
Integrado

Seus olhos, Seus olhos
Como chamas de fogo...



Fernando Sabóia

De "Meu Caminho Coberto de Flores de Ipê Roxo"

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Comentário fotográfico da Ana Quésia, gaúcha/brasiliense "exilada" em São Paulo, sobre os crepúsculos de Brasília.

Carta do Poeta ao aprendiz

Caro Fernando:



UM DIA EM QUE TUDO SERÁ POSSÍVEL

E INESPERADO


POEMAS SERÃO LIBERTADOS DO BAÚ

E VOARÃO COMO PÁSSAROS


O MUNDO

PODE NÃO SER

AQUI


HOJE PODE NÃO SER

AGORA


MAS OS POEMAS ALADOS LEVARÃO

A MENSAGEM DA GRAÇA EM SUA VIAGEM

PELO TEMPO E PELO ESPAÇO


AINDA NÃO SEI SE VOCÊ É TARDE

OU MANHÃ


MAS SEI QUE A POESIA PERMANECE

COMO UMA PRECE

NAS PÁGINAS DAS TARDES

E DAS MANHÃS

E NAS SUAVES ILUSTRAÇÕES

DOS CREPÚSCULOS DE BRASÍLIA



Horácio Dídimo

terça-feira, 7 de junho de 2011

Oração e Vida

"Vive de tal modo que tua vida seja uma oração. Canta a Deus com a boca, salmodia com as obras. Não te contentes com a formalidade de recitar salmos e hinos. Põe em tuas mãos o saltério de tuas boas obras."
Sto Agostinho