"Na meditação, não procuramos conhecer coisas a respeito de Deus, como se fora Ele um objeto como outros objetos que se submetem ao nosso exame e podem ser expressos em claras idéias científicas. Procuramos conhecer o próprio Deus ultrapassando o nível de todos os objetos que Ele criou e que nos confrontam como "coisas", isoladas umas das outras, "definidas", "delimitadas" com fronteiras bem marcadas. O Deus infinito não tem limites e nossas mentes não podem impor limites a Ele nem a seu amor. Sua presença é, então, "apreendida" na percepção geral da fé amorosa, é "conscientizada" sem ser conhecida cientificamente com precisão, como conhecemos um espécime sob um microscópio. Não podemos verificar a presença de Deus como verificaríamos uma experiência de laboratório. Entretanto, podemos ter percepção da presença de Deus de maneira espiritual, contanto que não procuremos insistir em verificá-la. Logo que tentamos verificar a presença espiritual como um objeto de conhecimento exato, Deus nos escapa."
Thomas Merton, em "Poesia e Contemplação", Agir, 1972.
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