terça-feira, 21 de abril de 2020

Amo Brasília


Não vim para ficar.
Aconteceu.
A cidade agora é meu lar
Minha selva
Meu palco.

Cresci.
Mudei.
Tive encontros e desencontros.
Envelheço nela.

Ela também cresceu.
Mudou.
Encontrou-se e desencontrou-se.
Envelhece comigo.

Essas avenidas, balões floridos
E ipês coloridos
Me viram rir e chorar
Passear e trabalhar
Andar sorumbático sob este céu
Estupendo
E correr da chuva repentina

Não vim para ficar.
Aconteceu.
Fiquei brasiliense.


Fernando Saboia Vieira

(De “Invisibilidade”, 2009)

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