segunda-feira, 23 de março de 2020

Parábolas para o Tempo Presente

Mateus 24 e 25

A Parábola dos Dois Servos


Queridos irmãos e irmãs, companheiros de jornada,

         Há evidentes sinais de perturbação no mundo. Muitos cristãos têm-se voltado nesses dias aos textos sagrados em busca discernimento e compreensão dos tempos que vivemos na expectativa de saber em que momento da dispensação estamos e da possível iminente volta do Senhor.
         Precisamos, de fato, estar a todo momento preparados para o retorno do Filho do Homem a esta Terra, mesmo porque, a despeito dos esforços dos mais eruditos e hábeis escatologistas, Jesus nos garante que ninguém saberá o dia e a hora de Sua vinda, pois Ele virá quando menos esperarmos!
         Após falar aos seus discípulos sobre os eventos finais da história humana que precederão o Seu retorno, Jesus foi enfático ao dizer a eles que era necessário que vigiassem. Nós precisamos vigiar. Mas o que isso significa em termos de nossa vida cotidiana? Fiscalizar o cosmos e os noticiários? Discernir os acontecimentos naturais e sociais, a política e a economia? Medir o grau de iniquidade do mundo e de apostasia da Igreja?
         Não sei muito sobre essas coisas. Pretendo me aprofundar nelas, agora que já estou na última quadra de minha peregrinação terrena. Mas sei que o Senhor nos deu orientações claras sobre esses tempos difíceis em três parábolas no seu assim chamado Sermão Profético, registrado em Mateus 24 e 25: a parábola dos dois servosparábola das dez virgense a parábola dos talentos.
         Aparábola dos dois servosnos fala sobre nosso cuidado e serviço uns para com os outros, como despenseiros da multiforme graça de Deus. Cada um de nós é, em alguma medida, responsável pelo suprimento dos outros. Temos que repartir com os demais o que o Senhor nos tem confiado de bens e recursos materiais e espirituais. A Igreja deve ser uma comunidade de comunhão, de amor, de socorro e sustento recíprocos.
         Em épocas de crises e de escassez, assim como nos momentos de fartura e tranquilidade, tendemos a nos tornar egocêntricos, a utilizar todos os nossos recursos conosco mesmos. Mas, como Igreja de Deus, como discípulos de Jesus e como despenseiros do Espírito Santo não estamos autorizados a sermos egoístas, a gastar todos os bens e capacidades a nós concedidos no cuidado conosco mesmos!
         Dizemos que somos imitadores de Jesus, que queremos viver como Ele, andar como Ele, fazer a vontade d’Ele. Caros, se não queremos ser condenados juntamente com os hipócritas, como disse Jesus, precisamos viver o Evangelho e não negar nosso Mestre diante de qualquer circunstância ou adversidade.
         Temos um depósito de riquezas, de recursos e de graça para distribuir e socorrer os nossos irmãos e conservos. O mundo precisa dessa nossa ação e testemunho. Como foi no princípio, com a Igreja nascente em Jerusalém, deverá ser por toda parte, até que Ele volte (Atos 2:42-47; 4:32-37) 
Com ou sem corona vírus, o mundo seguirá sendo mundo e vivendo a soberba, a opressão e iniquidade. A Igreja precisa continuar a ser Igreja, humilde, libertadora e santa, sem permitir que o amor esfrie em todos.
Irmãos queridos, não sabemos o dia e a hora da Vinda do Senhor. Os tempos apresentam sinais aos quais devemos atentar. Que Ele, ao voltar, nos encontre cuidando uns dos outros, suprindo uns aos outros, socorrendo uns aos outros, servindo uns aos outros, animando uns aos outros, amando uns aos outros, como despenseiros da multiforme graça de Jesus. Nisso o mundo reconhecerá que somos Seus discípulos!

Que a suficiente graça de Jesus seja com o espírito de vocês.

Em 23 de março de 2020, AD.

Seu conservo e companheiro de jornada,


Fernando Sabóia


         

         

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