Caros irmãos e irmãs,
Ontem, ao chegar em casa, cumprimentei minha família com sorrisos e palavras alegres, mas não toquei em ninguém. Imediatamente fui lavar as mãos, pois eu quero ser bênção para eles, e não portador de problemas ou enfermidades. Hoje de manhã vi que as misericórdias do Senhor mais uma vez se renovaram, pois não fomos consumidos, conforme está escrito: As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; novas são a cada manhã (Lamentações 3:22-23). E continuei com os cuidados que têm sido recomendados pelas autoridades de saúde do Distrito Federal. Orei, pedindo a graça de Deus sobre todos, especialmente os da minha família e da igreja, e por sabedoria para nossas autoridades, para que recebam do alto direção sobre como melhor conduzir o país neste contexto de risco de contágio.
Sinto completa paz no coração. Nada pode me separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus. Como está escrito: Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor (Romanos 8:38-39). Nem o corona vírus, nem os erros e acertos dos governantes, do Brasil e de outros países. Façamos do nosso Pai nosso alto esconderijo, pois sob suas asas estamos e estaremos seguros (Salmo 91).
Tenho meditado muito sobre esse novo contexto que nos cerca, pois precisamos discernir os acontecimentos a partir da perspectiva de Deus, conforme revelada nas Escrituras Sagradas. Creio que foi por direção do Espírito Santo que iniciamos há pouco mais de três semanas leitura e ensino expositivo da carta de Paulo aos Filipenses, pois ela me tem iluminado acerca desse momento atual. Passo a compartilhar alguns pensamentos.
Essa carta fala de morte e de vida, de enfermidade grave e prisões. Quando pregou o evangelho em Filipos, Paulo e Silas, então seu companheiro de ministério, foram açoitados com varas, e presos. Movidos pelo Espírito Santo, puseram-se a orar e cantar louvores a Deus em voz alta, de modo que todos os presos os ouviam. Houve terremoto, as portas se abriram, e foram soltos das cadeias. O resultado foi glorioso: o carcereiro e toda sua família foram salvos, e muito se alegraram com isso. Quando escreveu a carta, vários anos depois, Paulo estava novamente preso, dessa vez em Roma, próximo ao palácio de César. Paulo tinha diante de si dois cenários, dois possíveis caminhos para sua vida. Estava sendo julgado por César, e havia a possibilidade de ser condenado à porte. Por outro lado, sabendo das orações dos irmãos, e tendo depositado em Cristo sua confiança, também tinha esperança de ser liberto, e rever os irmãos em Filipos (Fil. 1:26). Ao meditar na sua situação, Paulo concluiu que viver é Cristo, e morrer é lucro (Fil. 1:21).
Para Paulo, a única razão pela qual valia a pena continuar vivo era seu ministério, de pregar o evangelho aos gentios e edificar a igreja. Anunciar Jesus aos que ainda não ouviram as boas novas do evangelho, e conduzir à plenitude de cristo os que se converteram, e agora estão na caminhada rumo ao pleno conhecimento do Filho de Deus, essas são as razões que levavam Paulo a preferir continuar vivo. Não fosse isso, morrer e ir ao encontro do seu amado Jesus seria muito melhor! Creio que o Senhor está balançando toda a humanidade para produzir essa mesma reflexão. Se alguém vive para curtir as programações esportivas, elas cessaram. Se alguém tem como grande busca na vida viajar muito, conhecer vários lugares, e curtir esse estilo de vida, isso agora está bloqueado. Em Brasília, há muitas pessoas que fazem do cuidado pessoal a grande razão do viver, e investem muito tempo e dinheiro em academias, um culto ao fitness. Por ora, também isso está limitado. Aqueles que emigraram para a Europa ou para os Estados Unidos em busca de segurança, agora estão sem chão debaixo dos pés.
Se seu viver não é Cristo, se você tem como grande alvo na vida qualquer outra coisa que não o Senhor e Seu Reino, então para você morrer não é ganho, é perda total!
Mas a morte não começou com o corona vírus. Pessoas morriam antes do vírus, e continuarão morrendo depois que essa pandemia passe. Todos os que estão vivos morrerão um dia, com ou sem o vírus, a não ser que Jesus retorne antes, e todos os que morreram, é porque antes estavam vivos. Assim, no atual estado da criação, estragada pelo pecado do homem, morte e vida estão inseparavelmente ligadas. Isso só cessará quando o Senhor voltar, e ressuscitar os que perseveraram até o fim. Somente então a morte será vencida pela vida, aleluia!
Para você, a morte representa ganho ou perda?
Em outro trecho da carta, Paulo se mostra muito feliz, aliviado, pela recuperação da saúde do irmão Epafrodito. No seu zeloso serviço de levar as dádivas da igreja de Filipos a Paulo, missão que levou a cabo pelo menos três vezes, houve situação em que quase morreu (Fil. 2:27), o que deixou Paulo e os Filipenses muito tristes. A notícia da sua recuperação foi motivo de alegria para o Apóstolo, que se apressou em enviar Epafrodito de volta a Filipos, para que aqueles irmãos também se alegrassem. Há hoje pessoas gravemente enfermas, como Epafrodito esteve, seja por causa do corona vírus, seja por qualquer outra causa. A misericórdia de Deus, exemplificada em Paulo a favor de Epafrodito, deve encher nossos corações, e nos levar a ajudar no que podemos. Orar pelos enfermos, consolar, animar, levar a palavra da vida. Quando os médicos conseguem curar alguém, isso não livra a pessoa de morrer no futuro, leve pouco ou muito tempo. A medicina não salva da morte, isso só Jesus faz!
Se a mortandade aumentar ao nosso redor, nossa tarefa amorosa é anunciar com mais fervor, amor e compaixão, a palavra da vida. A cura de uma enfermidade propicia um prolongamento da vida, mas só Jesus dá a vida eterna!
Há uma batalha espiritual feroz em andamento. Deus está abalando os alicerces do orgulho humano, para que haja arrependimento. Ele deseja derramar sua graça, mas não pode fazer isso quando o orgulho e a vaidade humana imperam. Em vários trechos, as Escrituras afirmam que Deus resiste aos soberbos, mas dá sua graça aos humildes. Se as nações, se a igreja, se as cidades se arrependerem diante do Senhor, ele derramará superabundante graça. O corona vírus tornou real a percepção da possibilidade da morte, algo que sabemos mentalmente, mas que não cai facilmente nos nossos orgulhosos corações. Oremos por um mover de humildade e de dependência de Deus, para que as fontes da graça mais uma vez jorrem sobre nós.
Por outro lado, Satanás usa o medo da morte para escravizar os que se deixam dominar por esse pavor (Hebreus 2:14-15). O medo instintivo da morte é normal, mas o inimigo usa esse medo em nível exacerbado para aprisionar as pessoas de tal modo, que se quedam imobilizadas, paralisadas, incapazes de viver. A ânsia desenfreada pela vida leva ao egoísmo, e a atitudes desumanas. Se o medo da morte virar o sentimento mais dominante na vida, o resultado é escravidão cruel, pois nada que seja feito pode livrar alguém da morte, exceto o poder da ressurreição do Senhor Jesus! As pessoas estão se voltando para os governantes, para os profissionais da medicina, em busca de esperança e vida. Eles têm um papel a cumprir, e oremos para que o façam bem, mas nossa esperança tem que estar no Deus todo poderoso, criador dos céus e da terra, doador de toda vida e nosso Pai Celestial. Em Jesus, nosso redentor e bom pastor, senhor absoluto nos céus e na terra. A morte não pode segurar Jesus, aleluia! Porque ele vive, nós vivemos e viveremos.
Como você está reagindo ao medo da morte?
Olhando para o futuro próximo, é certo que, em algum momento, essa praga cessará. Mas o Espírito Santo me faz ver que, quando isso ocorrer, o mundo não voltará a ser exatamente como era antes do corona vírus. A maneira de viver como a conhecíamos antes dessa pandemia não retornará igual. Antevejo uma nova "normalidade", pois a cultura globalizada está fortemente abalada. Que o Senhor nos dê discernimento profético para antever como será esse novo mundo. Provavelmente compartilharei mais sobre isso na próxima mensagem.
Cuide da sua saúde, cuide dos que estão mais expostos. Ore por todos, tenha misericórdia dos que sofrem, e traga para eles o consolo de Deus. Como diz o Salmo 125, os que confiam no Senhor, são como os montes de Sião, que não se abalam, mas permanecem para sempre!
AVISO IMPORTANTE PARA A NOSSA CONGREGAÇÃO: Conversei com o Damião e com outros irmãos, e estamos suspendendo as atividades do próximo final de semana: a reunião dos jovens no sábado, o culto do domingo e a aula de inglês da segunda-feira. Orientamos que os irmãos se reúnam em grupos menores, duas ou três famílias. Se possível, nos avisem dessas reuniões menores, que faremos o possível (o Damião e eu) para estar presentes, para compartilhar da palavra. Os grupos caseiros ficam livres para manter o encontro normal, ou dividi-lo em grupos menores, caso o número de pessoas seja muito grande. Qualquer dúvida, falem conosco.
Graça e paz!
Horácio Saboia
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