CONHECER
O CORAÇÃO DE DEUS
Fernando
Sabóia Vieira – isn/bsb/2016
Irmãos
queridos, companheiros de jornada em busca da vida interior,
Tive
um sonho no último mês de fevereiro. Participava da organização de um retiro e
compartilhava com os companheiros que o mais importante era buscar conhecer o
coração de Deus.
Nesses
dias tenho, então, meditado que em meio aos fatos, atos, percalços,
acontecimentos, lutas, decepções, vitórias, derrotas, frustrações e alegrias da
vida, com decisões a tomar e caminhos a escolher, a nossa mais intensa e
premente necessidade é conhecer o coração de Deus em cada momento de nossa
história de vida, em cada situação, vontade, pensamento ou sentimento.
Isso
significa buscar respostas para as perguntas mais fundamentais do ser
consciente: por que e para que tudo existe? Por que e para que eu existo? As
respostas estão no coração de Deus, em Sua vontade e em Seus desígnios.
Não
quero conhecer a vontade de Deus, como algo externo a Ele, expressa em Suas
leis e mandamentos, mas conhecer a Pessoa que Deus é, o Seu coração, o que lhe
traz alegria, tristeza e glória.
Não
apenas saber conceitos sobre Deus, não formular uma doutrina sobre Deus, não
simplesmente um discurso sobre Ele e Seus feitos, mas penetrar no que O move e
no que dá sentido aos seus mandamentos, leis, atos e propósitos.
Por
outro lado, conhecer o coração de Deus implica conhecer o meu próprio meu
coração, tão diferente, muitas vezes, do coração de Deus, e não fazer de Deus
um ídolo mental, construído mais com base em mim mesmo do que no reconhecimento
de Sua absoluta alteridade em relação a mim.
Devemos
reconhecer que normalmente lidamos com uma noção parcial e imperfeita de Deus e
de Sua vontade, excessivamente funcional e moldada por nossas convicções,
contingências e necessidades. Corremos o risco de nos relacionarmos com um deus
que criado à nossa própria imagem e semelhança, por nossa particular teologia,
demandas e conceitos. O Deus da Bíblia é o Deus indisponível, que é o que Ele
é, independentemente de qualquer outro ser, e não controlado, limitado ou
condicionado por nada nem ninguém.
É
imperioso ir muito além dessas fronteiras da subjetividade e da relegião e
conhecer a Deus como Pessoa. É esse o seu chamado para nós, é essa a essência de
seu propósito na nossa própria criação e existência.
Quando
sei o que Deus quer, posso obedecê-lO. Mas quando conheço o Seu coração, posso
me alegrar com sua vontade e amá-lO. Assim, para além da nuvem escura e confusa
das nossas circunstâncias, conhecimento, sentimentos e vontades, o coração de
Deus é o farol que me guia, me sustenta, me anima, me comove, me transforma, me
alegra, me corrige, me transforma e faz brilhar em mim a luz da Sua glória.
Nossa
proposta para esses dias até nosso retiro na Páscoa é buscarmos individual e
coletivamente conhecer o coração de Deus.
Quero,
em próximas postagens, destacar alguns pensamentos e meditações sobre conhecer
o coração de Deus. Serão roteiros abertos, lacunosos e apenas sugestivos. Mas
talvez seja melhor assim, pois se trata de um percurso muito íntimo e pessoal.
Espero
que as ideias, meditações e pensamentos compartilhados estimulem a todos e
apontem alguns caminhos e possibilidades nessa jornada.
Brasília,
na Páscoa de 2016, AD.
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