Algumas
considerações sobre o ministério pastoral
-
Nem mártires, nem heróis, apenas servos –
Fernando
Saboia Vieira – ISN/BSB/16
1)
Sofrer com os outros e para os
outros. Não o sofrimento excepcional do martírio ou do
heroísmo santo, mas o provocado pelas lutas, tarefas e dores de cada dia. Nas conversas,
no repartir os dramas da vida comum, envolvendo família, trabalho, necessidades,
perdas etc.;
2)
Alegrar-se com os outros e para
os outros. Não apenas pela salvação, mas em
cada vitória, cada bênção recebida a cada dia de trabalho e de lutas. Pequenas
conquistas, superações, regozijo na provisão diária do Senhor;
3)
Ser consolado com os outros e
para os outros. Não exclusivamente em grandes
tragédias e provações, mas nas pequenas perdas, renúncias e dores que fazem
parte do seguir a Jesus neste mundo caído. Receber o consolo do Senhor e o
consolo dos irmãos, e repartir com todos a consolação recebida;
4)
Desgastar-se com os outros e para
os outros.
Não
em obras tremendas e em grandes feitos, mas no serviço cotidiano, nos socorros,
nas ajudas, na construção da vida de Jesus na experiência de cada um e de todos.
Algumas horas de sono perdido, algum desconforto, alguma privação de bens,
jejuns, vigílias;
5)
Santificar-se com os outros e
para os outros. Não em gestos radicais e audazes de
ascese e de consagração, mas nas palavras e atitudes de cada dia, na piedade em
secreto e na comunhão fraternal.
·
Com
os outros, porque o corpo é edificado com a
participação de cada um, até que todos nós cheguemos juntos à unidade da fé e
do pleno conhecimento do filho de Deus. Não se pode crescer, se santificar, se
alegrar, servir ou mesmo sofrer sozinho. Em cada experiência com o Senhor, por
mais íntima e secreta que seja, é vivenciada como membros que somos uns dos
outros.
·
Para
os outros: porque a razão e o sentido de tudo o que fazemos
é o amor de Deus, o amor a Deus e o amor ao próximo. Não existimos e vivemos
para nós mesmos, mas para Senhor, que nos resgatou da morte, e para os homens a
quem fomos enviados em Seu nome, como irmãos ou como testemunhas.
·
A glória do ministério está em experimentar
a especial comunhão com Jesus no completar de Seu sofrimento pela Igreja. Temos
esse privilégio, de também sofrermos por Ele, como membros do Seu Corpo a Seu
serviço e, assim, aprofundarmos nossa intimidade com o Pai.
·
Participar da especial bênção de
carregar vasilhas e ver a água transformada em vinho: testemunho e participação
na glória do Reino. O primeiro milagre de Jesus foi testemunhado não por
aqueles que participavam da festa, mas pelos servos que levaram água até Jesus
e a viram ser transformada em vinho excelente. Essa é a nossa vocação no
ministério.
·
Encontrar a restauração, o renovo e o
contentamento no serviço. Somos curados, renovados e alegrados enquanto
servimos. No prazer do nosso Senhor está nossa força e nossa recompensa. É preciso
olhar sempre para Ele, atentos a Sua vontade, para a descobrir como “boa,
perfeita e agradável”.
·
Finalmente, se seu serviço aos irmãos não
for consequência necessária do seu amor a Jesus, não toque nas
Suas
ovelhas.
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