quarta-feira, 25 de maio de 2016

Simplicidade, 3º texto


Simplicidade no ter

        Jesus viveu uma vida simples, desprovida de riquezas materiais. Nasceu numa família humilde e viveu entre os pobres, para os quais anunciou, preferencialmente, o Evangelho. A todos exigiu renúncia completa aos bens materiais como condição de ingresso no Reino. Advertiu em várias oportunidades seus discípulos quanto aos perigos do apego ao dinheiro e de confiar em posses ou recursos. O mesmo exemplo de ensino e de prática nós encontramos nos apóstolos.

         É um triste sintoma do mundanismo que contamina a Igreja nos nossos dias em nosso País a ênfase em prosperidade e bênçãos materiais, muitas vezes oferecidas sem qualquer menção à necessidade de arrependimento e de renúncia. Fruto de crassa ignorância bíblica ou de má-fé, tal pregação leva muitos a uma falsa conversão e a uma má consciência, supondo-se ser “a piedade fonte de lucro”.

         De todo modo, propomos, a seguir, alguns tópicos de estudo bíblico que nos levaram à uma clara conclusão acerca da necessidade de simplicidade no ter para que possamos expressar autêntica e profundamente a vida de Jesus.

 
               1.    Transitoriedade e vaidade das possessões materiais. Nada trouxemos ao mundo e nada levaremos dele, nos declara Jó, um homem que experimentou a riqueza e a pobreza de forma dramática em sua vida. Importa glorificar a Deus em tudo. O autor do livro de Eclesiastes nos adverte de modo enfático quanto à falta de sentido de uma vida dedicada ao acúmulo de bens – “vaidade e correr atrás do vento”. Desde a lei mosaica, a cobiça é a síntese e dimensão interior dos mandamentos.

 

·         Êxodo 20:17;

·         Jó 1:21;

·         Eclesiastes 2:1-11

 
                          
                   2.    Essencialidade, necessidade e valor.  Precisamos aprender a dar às coisas criadas o valor que elas têm segundo sua essência e finalidade, tal como foram concebidas pelo Criador. Só assim poderemos usá-las sem nos apegarmos demasiadamente a elas, poderemos desfrutá-las sem que elas nos corrompam o coração e poderemos ser abençoados por elas sem que elas ocupem em nossa vida um lugar que só pode pertencer a Deus.

 

Recomendo a leitura de A W Tozer, “À Procura de Deus”, o capítulo intitulado A bênção de não possuir nada. Em Merton, “Homem Algum é uma Ilha”, o texto Sentenças sobre Esperança.

 

·         Mateus 6:25-34

·         Lucas 10:38-42

·         Lucas 12:13-21

·         1ª aos Coríntios 7:29-31

 

 
                3.    A renúncia do discipulado. Fomos chamados ao discipulado de Jesus em total pobreza. A porta estreita do Reino não permite que alguém por ela passe levando consigo mesmo qualquer bem ou valor. Só dessa forma poderemos Seus discípulos e bem-aventurados possuidores do Reino de Deus.

 

Sugiro aqui a leitura de Dietrich Bonhoeffer, “Discipulado”, os capítulos iniciais e em especial aquele sobre Obediência Simples.

 

·         Mateus 5:3; 7:13-14; Mateus 19:16-22

·         Lucas 6:20-21,24-25; 9:57-58; 14:38; 19:16-22

 

  
              4.    A simplicidade material na vida de Jesus. Nasceu na família mais humilde, no berço mais simples. Cresceu como parte de uma classe social desfavorecida, como carpinteiro. Nunca teve qualquer bem ou riqueza. Viveu pobre. Pregou, preferencialmente, para os pobres. Viveu uma vida focada nas coisas essenciais e espirituais, que são simples, despojadas.

 

Giogia Junior escreveu um precioso poema sobre esse tema: “Nada era d’Ele”.
 
               5.    A simplicidade material na pregação de Jesus. Jesus declarou bem-aventurados os pobres e advertiu severamente aos ricos. Disse aos discípulos que deveriam acumular tesouros nos céus, e não aqui na Terra, pois isso determinaria o destino do coração deles. Exortou que observassem os lírios do campo, em sua simplicidade e insuperável beleza. Condenou duramente a avareza como falta de confiança em Deus. Ilustrou esse ensino com a parábola sobre o rico e Lázaro, chamando atenção para as consequências eternas das escolhas que fazemos neta vida. Ele mesmo não tinha onde reclinar a cabeça.

 

·         Mateus 5:3; 6:25-34; 11:2-6

·         Lucas 6:20-21; 12:13-21; 16:19-31

 

 
              6.    A simplicidade material no ensino dos apóstolos. O amor ao dinheiro é apontado como a raiz de todos os males. Aqueles que supõem ser a piedade fonte de lucro pervertem suas consciências e se deviam da fé. A avareza é severamente condenada e será característica marcante da perversão dos homens nos últimos tempos. As irmãs são exortadas a observar simplicidade nas vestes ornamentos, valorizando as virtudes interiores. Os cristãos devem aprender o contentamento com o necessário, para viver, repartindo generosamente seus bens com os necessitados com os necessitados.

 

·         1ª a Timóteo 6:3-10

·         2ª a Timóteo 3:2

·         Romanos 1:29

·         Efésios 5:5

·         1ª de Pedro 3:3-5

·         Atos 2:42-45; 4:32-37; 20:35

 

 
               7.    Uma nação de sacerdotes. Somos vocacionados como uma nação sacerdotal. Assim, a nós se aplica bênção da tribo de Levi, de não ter propriedades, terras ou riquezas, mas ter o Senhor como sua herança e nosso único bem.

 

·         Números 18:20

·         Salmo 16:1-6; 73:23-28

·         1ª de Pedro 2:9

 

 

 

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