quarta-feira, 25 de maio de 2016

Simplicidade, poesia de Giogia Júnior


NADA ERA DELE

Giogia Júnior

 

 

Disse um poeta um  dia,

fazendo referência ao Mestre amado:
"o berço que Ele usou na estrebaria,

por acaso era dele? Era emprestado!

E o manso jumentinho,

que em Jerusalém chegou montado

e palmas recebeu pelo caminho,
Por acaso era dele? Era emprestado!

E o pão - o suave pão,

que foi por seu amor multiplicado

alimentando a multidão
Por acaso era dele? Era emprestado!

E os peixes que comeu junto ao lago,

ficando alimentado. Esse prato era seu? Era emprestado!

E o famoso barquinho?
Aquele barco em que ficou sentado

Mostrando à multidão qual o caminho
Por acaso era seu? Era emprestado!

E o quarto em que ceou ao lado dos discípulos

Ao lado de Judas  que o traiu, de Pedro, que o negou
Por acaso era dele? Era emprestado!

E o berço tumular, que depois do calvário foi usado

de onde havia de ressuscitar
Por acaso era dele? Era emprestado!

Enfim, nada era dele!
Mas a coroa que Ele usou na cruz era dele!
E a cruz que carregou e onde morreu,

Essas eram de fato de Jesus! "

 


Isso disse um poeta certa vez,

numa hora de busca da verdade;

mas não aceito essa filosofia

que contraria a própria realidade.

O berço, o jumentinho, o suave pão,

os peixes, o barquinho, a sepultura e o quarto

eram dele a partir da criação;

Ele os criou - assim diz a Escritura;

mas a cruz que Ele usou, a rude cruz,

a cruz tosca e mesquinha,

onde meus crimes todos expiou,

essa cruz não era sua! Essa cruz era minha!

 
Giogia Júnior

 

 

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