I – o marinheiro
Trazemos cicatrizes, meu velho,
não tantas no corpo
quantas nas palavras
nos olhares
e nos sentimentos.
Pesa-nos o que não teremos
nem seremos,
mais do que o que fizemos
e nos tornamos:
é a curva da vida
na linha do horizonte no mar
a já nos dar vistas
da nova terra
sob um novo céu.
Mas quando conversamos,
caminhamos juntos,
por entre as memórias
das antigas guerras
da velha cidade
o tempo se esquece de nós
e sabemos que somos seres eternos
numa travessia pelas agitadas ondas
da contingência e da efemeridade.
Nunca fui do mar,
mas navegaria com honra e coragem
sob seu comando.
- Que os ventos do Espírito
soprem sempre a seu favor, meu Capitão!
Fernando Sabóia
Fernando Sabóia
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