Toda tentação se trava em torno do dilema entre o ego e a cruz.
Foi assim a tentação do Senhor no deserto, quando o Espírito para lá O levou ao início de seu ministério. Satanás ofereceu a Jesus o caminho da exaltação, do senhorio do mundo e da glória sem humilhação, sem sofrimento, sem a cruz. Seria a glória de Jesus sem a salvação do homem, a justiça de Deus sem a misericórdia, a verdade sem a graça (Mateus 4:1-11, João 1:15-17). Bendito o Verbo encarnado que repeliu essas insídias e optou pela vereda estreita e dolorida da humilhação, da rejeição e do sacrifício e, assim, nos trouxe reconciliação com o Pai e vida!
Quanto a nós, o Senhor nos propõe, em cada prova da vida, a cruz como posição, caminho, destino e glória. A nossa humanidade caída, todavia, a rejeita, avessa que é ao sofrimento, à vergonha, ao esvaziamento e ao opróbrio que ela implica, e deseja viver para si mesma, para seu próprio prazer e realização. Com nossa carne concorda o mundo, que nos oferece seu brilho, possibilidades, riquezas, conhecimento e, pretensamente, glória. Nesse momento, também se nos apresenta o tentador, para nos apontar rotas de fuga, alternativas de conduta todas cheias de autocomiseração, de justiça própria, de auto satisfação.
Ego ou cruz? Carne ou espírito? Humildade e obediência ou independência e rebeldia? Qual espírito nos anima, o do mundo, o de seu príncipe ou o de Cristo?
Ser tentado é ser impelido para longe da cruz, que nos cabe e onde devemos estar. Resistir à tentação é perseverar no caminho de seguir a Jesus, que nos impõe a cruz e a ela nos conduz a cada passo. Ao discípulo é necessário tomá-la cada dia, como decisão e atitude. Como decisão, quando a assume diante da tentação em concreto, como atitude quanto desenvolve uma mentalidade de auto esvaziamento, submissão, humildade, obediência e serviço, única verdadeira imitação de Jesus (Filipenses 2:5-8).
Mas o que é a cruz para o discípulo? O que significa permanecer nela?
A cruz é principalmente renúncia. Renúncia a si mesmo, à vida, aos afetos, à justiça, aos direitos, à satisfação, ao sucesso, ao reconhecimento, à glória, aos projetos, a tudo, enfim, que não ressuscite no Reino de Deus, após a morte batismal (Lucas 14:26-35, Romanos 6:1-14). É simples: renunciamos a tudo para sermos discípulos – morremos com Ele na cruz; nascemos de novo com Ele na Sua ressurreição – só pertence a esta nova vida o que é gerado de novo, recriado por Deus para Sua glória e Reino. O resto fica sepultado. Tomar a cruz cada dia é viver esta nova realidade, pensar nela, encher-se dela, consagrar-se a ela, abandonando tudo o que a ela não pertence (Colossenses 3:1-4).
É que não pode nascer o novo o homem “gerado em Deus em verdadeira justiça e santidade”, a “nova criatura”, sem que morra o velho, sem que passem as coisas antigas (Efésios 4:20-24, 2ª aos Coríntios 5:17). Devemos nos lembrar sempre, no entanto, que a cruz não é o final do caminho, senão para a carne. Para a alma que a assume, é a porta de entrada para uma nova vida, identidade, potencialidade, alegria, paz, comunhão com os homens e com Deus.
Irmãos, sabendo que aflições como as nossas advêm a todo o povo de Deus (1ª de Pedro 5:9), resistamos ao diabo, suportemos as aflições, vigiemos e oremos nas tentações e escolhamos, a cada dia, o caminho glorioso da cruz, que nos conduz à vida do Cristo ressurrecto, nos mantém enxertados Nele, nos compromete com Sua obra e nos conduz à morada eterna do Pai.
Em breve, o Senhor virá. Maranata.
A graça de Jesus seja com todos.
Em Brasília, ao início do mês de abril de 2006, AD.
Foi assim a tentação do Senhor no deserto, quando o Espírito para lá O levou ao início de seu ministério. Satanás ofereceu a Jesus o caminho da exaltação, do senhorio do mundo e da glória sem humilhação, sem sofrimento, sem a cruz. Seria a glória de Jesus sem a salvação do homem, a justiça de Deus sem a misericórdia, a verdade sem a graça (Mateus 4:1-11, João 1:15-17). Bendito o Verbo encarnado que repeliu essas insídias e optou pela vereda estreita e dolorida da humilhação, da rejeição e do sacrifício e, assim, nos trouxe reconciliação com o Pai e vida!
Quanto a nós, o Senhor nos propõe, em cada prova da vida, a cruz como posição, caminho, destino e glória. A nossa humanidade caída, todavia, a rejeita, avessa que é ao sofrimento, à vergonha, ao esvaziamento e ao opróbrio que ela implica, e deseja viver para si mesma, para seu próprio prazer e realização. Com nossa carne concorda o mundo, que nos oferece seu brilho, possibilidades, riquezas, conhecimento e, pretensamente, glória. Nesse momento, também se nos apresenta o tentador, para nos apontar rotas de fuga, alternativas de conduta todas cheias de autocomiseração, de justiça própria, de auto satisfação.
Ego ou cruz? Carne ou espírito? Humildade e obediência ou independência e rebeldia? Qual espírito nos anima, o do mundo, o de seu príncipe ou o de Cristo?
Ser tentado é ser impelido para longe da cruz, que nos cabe e onde devemos estar. Resistir à tentação é perseverar no caminho de seguir a Jesus, que nos impõe a cruz e a ela nos conduz a cada passo. Ao discípulo é necessário tomá-la cada dia, como decisão e atitude. Como decisão, quando a assume diante da tentação em concreto, como atitude quanto desenvolve uma mentalidade de auto esvaziamento, submissão, humildade, obediência e serviço, única verdadeira imitação de Jesus (Filipenses 2:5-8).
Mas o que é a cruz para o discípulo? O que significa permanecer nela?
A cruz é principalmente renúncia. Renúncia a si mesmo, à vida, aos afetos, à justiça, aos direitos, à satisfação, ao sucesso, ao reconhecimento, à glória, aos projetos, a tudo, enfim, que não ressuscite no Reino de Deus, após a morte batismal (Lucas 14:26-35, Romanos 6:1-14). É simples: renunciamos a tudo para sermos discípulos – morremos com Ele na cruz; nascemos de novo com Ele na Sua ressurreição – só pertence a esta nova vida o que é gerado de novo, recriado por Deus para Sua glória e Reino. O resto fica sepultado. Tomar a cruz cada dia é viver esta nova realidade, pensar nela, encher-se dela, consagrar-se a ela, abandonando tudo o que a ela não pertence (Colossenses 3:1-4).
É que não pode nascer o novo o homem “gerado em Deus em verdadeira justiça e santidade”, a “nova criatura”, sem que morra o velho, sem que passem as coisas antigas (Efésios 4:20-24, 2ª aos Coríntios 5:17). Devemos nos lembrar sempre, no entanto, que a cruz não é o final do caminho, senão para a carne. Para a alma que a assume, é a porta de entrada para uma nova vida, identidade, potencialidade, alegria, paz, comunhão com os homens e com Deus.
Irmãos, sabendo que aflições como as nossas advêm a todo o povo de Deus (1ª de Pedro 5:9), resistamos ao diabo, suportemos as aflições, vigiemos e oremos nas tentações e escolhamos, a cada dia, o caminho glorioso da cruz, que nos conduz à vida do Cristo ressurrecto, nos mantém enxertados Nele, nos compromete com Sua obra e nos conduz à morada eterna do Pai.
Em breve, o Senhor virá. Maranata.
A graça de Jesus seja com todos.
Em Brasília, ao início do mês de abril de 2006, AD.
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