segunda-feira, 23 de julho de 2012

De Gustavo para Sandra e Fernando


 



Sei que agora há algo que se termina, e sobre isto importa escrever.
Nunca perdi minha fé em Deus, nunca cedi, por convicção, aos apelos falaciosos dos ateus, dos humanistas e de outros semelhantes. No entanto, em certo momento, falhou-me a fé, não em Deus, mas nos homens: cri que estes, pela força de seu orgulho, se haviam tornado caso insolúvel; assemelhei-me ao que diz terem os homens matado a Deus.
A Bíblia relata diversos milagres, mas há um, talvez o mais o corriqueiro, que me parece mais maravilhoso: a conversão. Qualquer outro milagre pode ser imitado por Satanás, pela tecnologia ou pela mente humana, mas tornar o homem capaz de fazer o bem semelhantemente a seu criador não assiste a ninguém, a não ser à Santa Trinadade, em sua máxima expressão de poder e glória.
Hoje, olhando tudo por que passei, quantas vezes pensei em desistir e quantas vezes o fiz, as inúmeras oportunidades em que contendi, confundi-me e desesperei-me, vejo que a mim sucedeu o único milagre que importa: sou, hoje, convertido. Não por obra de um momento de paixão, por uma série de regras, métodos e procedimentos bem aplicados, não por poucas coisas bem aprendidas e bem emuladas, mas por uma caminhada, cujo percurso não sei explicar, que me levou a me leva Deus, todos os dias.
A conversão, ao contrário do que reclama nosso mundo imediatista e simplório, é um resultado imprevisível da ação divina, que decorre de uma auto-declaração de falência moral e concessão da graça lá do alto. A nós, então, cabe não atrapalharmos este doloroso, mas inafastável, processo. É muito fácil gritar o que é certo, maquinar regras que cheiram a santidade ou fingir que todos são santos. Mas demanda coragem muita vez nada dizer e se limitar a orar, em secreto, ao Pai, deixar, em diversas oportunidades, a pessoa amada, mesmo avisada, errar e aprender pela dor, pelas consequências de seus erros.

Agradeço hoje a meus pais, pela coragem que tiveram de me deixar viver o suficiente para conhecer, verdadeiramente, a Deus, por não terem escolhidos atalhos ou amarras que, certamente, os deixariam tranquilos, mas que me impediriam de chegar ao único resultado desejável: a dita conversão.

Gustavo

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