quarta-feira, 7 de abril de 2010

Um pouco do Sadu SUNDAR SINGH


Sadu SUNDAR SINGH (1889-1929?)
O Apóstolo dos Pés Sangrentos

Caros leitores do Baú,

SUNDAR SINGH nasceu em 3 de setembro de 1889, no Estado de Patiala, na Índia, e acredita-se que tenha morrido no Himalaia em 1929, na sua última viagem missionária àquela região, na tentativa de chegar ao Tibet, seu grande objetivo.
Converteu-se ao cristianismo aos quinze anos de idade, após uma experiência pessoal com Jesus, numa visão. Sua família, então, o rejeitou e o considerou como morto.
Recebeu formação de missionários anglicanos e a partir de 1906 passou a viver como um Sadu, espécie de monge hindu nômade, peregrinando por toda a Índia para pregar o Evangelho.
Por sua vida de pobreza e peregrinações, ficou conhecido como o "apóstolo dos pés sangrentos", título de uma biografia sua disponível em português, de autoria de Boanerges Ribeiro (CPAD).
Ele visitou a Europa e os Estados Unidos, onde fez várias preleções, entre as quais esta que trata sobre o sofrimento, que apresento aos leitores do Baú. Não muitos, talvez, possam tratar desse assunto com igual autoridade de vida.
Graça seja com todos.
Brasília, 7 de abril de 2010.
Fernando Sabóia Vieira



UM POUCO DO Sadu SUNDAR SINGH (1889-1929?)
O Apóstolo dos Pés Sangrentos

O MISTÉRIO DA CRUZ E DO SOFRIMENTO – Parte 1
Por Sadu SUNDAR SINGH

O discípulo:
Senhor, o que significa a cruz? Por que há tanto sofrimento e males no mundo?

O Senhor:

1. A cruz é a chave dos céus. Os céus se abriram no momento em que, pelo batismo e por amor aos pecadores, eu tomei sobre mim a maldição da cruz. E o céu, até então fechado por causa do pecado, permanece aberto para os crentes, graças aos trinta e dois anos e meio durante os quais eu carreguei minha cruz e graças a minha morte no Calvário. Desde então, o crente que toma sua cruz e me segue entra sem demora no céu, através de mim.
João 14.6 Jesus lhe disse: eu sou o caminho a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim. Ele recebe a graça de uma alegria sem fim, que o mundo não pode conceber, porque o céu está fechado aos incrédulos. Tudo o que um incrédulo pode esperar é ver a alegria substituir um dia o sofrimento e mesmo assim ele não ousa esperar uma alegria perfeita. Quanto a mim, eu concedi a meus filhos a alegria no sofrimento e, mais tarde, uma alegria perfeita com o repouso eterno. A cruz conduz aqueles que a conduzem e os conduz ao céu pela eternidade.

2. O sofrimento provém do estado de desordem e de perversão no qual vive o homem natural, do mesmo modo que o calor faz mal aos habitantes dos países frios, assim como o frio não convém àqueles dos países quentes.
O frio e o calor dependem da posição relativa da terra e do sol, e o homem, segundo o uso que faz de sua livre vontade, cria um estado de harmonia ou de desacordo com Deus. Os mandamentos de Deus têm em vista a saúde espiritual e a verdadeira felicidade da criatura. Se rebelar contra eles implica tornar a alma doente, triste e carente. O Senhor, antes de suprimir as causas desse desacordo, dessa hostilidade, preferiu transformá-las em coisa melhor. Ele se serve das condições penosas da existência para fazer sentir ao coração do homem que ele não foi criado apenas para esta terra, a qual é apenas um país estrangeiro.
2a Coríntios 5:1-11. Sabemos que, de fato, se esta tenda em que habitamos sobre a terra for destruída, nós temos no céu um edifício que é obra de Deus, uma morada eterna que não foi feita por mão humana. Também nós gememos nesta tenda, desejando nos revestir de nosso lar celeste, mas ela nos prepara para habitar a morada eterna. O homem está assim constantemente em guarda vigilante por causa das pressões e das aflições deste mundo, no temor de que sua negligência e seu coração sonolento o façam esquecer as realidades eternas e que ele seja destruído juntamente com sua morada terrena. Isso também a fim de que, na comunhão com seu Criador, liberto dos males e dos sofrimentos desta curta vida, o homem possa entrar para sempre na alegria e na felicidade perfeitas do céu.

3. O sofrimento e a aflição parecem muito amargos, freqüentemente até mesmo venenosos; mas, também freqüentemente, para curar um doente de envenenamento é necessário utilizar veneno.
Assim é que pela via do sofrimento e por meio da aflição que parecem bem amargos eu concedo saúde de alma e força aos meus fiéis discípulos. Uma vez que uma saúde perfeita seja assim obtida, eu ponho fim ao sofrimento, pois eu não tenho prazer na aflição.
Lamentações 3:31-34. O Senhor não rejeita para sempre. Mesmo que ele aflija, ele tem compaixão segundo sua grande misericórdia. Meu único objetivo é a felicidade eterna de minhas criaturas.

4. O abalo produzido por um tremor de terra faz por vezes jorrarem de um solo ressecado fontes de águas benfazejas, que brotam e fertilizam terras até então áridas e incultivadas. Do mesmo modo, o abalo produzido por um grande sofrimento faz jorrar no homem fontes de água viva. Então, ao invés de murmuração, é a alegria e o reconhecimento que brotam de seu coração.
Salmo 119:67-79. Antes de ser humilhado, eu me desgarrei; agora eu observo a tua palavras. Tu és bom e benevolente, ensina-me teus estatutos.

5. Para que o ar, penetrado nos seus pulmões os dilate e faça viver, é indispensável que o recém nascido grite e chore. Se ele não o fizer espontaneamente, é preciso bater nele para obrigá-lo. No meu imenso amor por meus filhos, eu sou às vezes obrigado a açoitá-los pelo sofrimento e pela tribulação. Se eu os forço assim a chorar e gritar é a fim de seu ser espiritual se dilate e que a oração, que é a respiração da alma, se torne mais intensa levando-os a obter uma vida nova que lhes seja eterna.

6. A noz é uma imagem da cruz: seu invólucro exterior é bem amargo, mas, interiormente, ela está cheia de uma amêndoa saborosa e fortificante.
A cruz não tem nem beleza e nem doçura aparentes, mas aquele que a conduz fielmente descobre seu verdadeiro caráter. Ele nela encontra um fruto de paz de um sabor delicioso.

7. Vindo em forma de homem, eu suportei a cruz para a salvação da humanidade, e isso não apenas durante seis horas no dia de minha morte ou durante os três anos e meio de meu ministério, mas durante também trinta e três anos e meio, e isso para que os homens pudessem ser salvos da dor e da amargura da morte.

8. Para um homem acostumado à limpeza é difícil ser encerrado, mesmo que por alguns minutos, num lugar sujo e pestilento. Para os que vivem em íntima comunhão comigo é difícil permanecer em meio a pecadores impenitentes.
É por essa razão que certos homens de oração, desgostosos com seu ambiente de pecado, deixaram o mundo para viveres solitários em grutas no deserto. Considerem esse fato de que, uma vez que um homem obtém uma salvação perfeita, ele começa a se ressentir do amargor do pecado de uma maneira tão pungente que ele chega a achar difícil viver em meio aos outros homens, mesmo que por pouco tempo. Do mesmo modo não se permitem mais viver em meio à multidão. Quão grandes terão sido para mim, Santo e Fonte de toda justiça, as dificuldades e amarguras da cruz durante os trintas e três anos que eu passei em meio aos pecadores e na sua constante intimidade, isso o espírito humano é por demais limitado para compreender perceber exatamente essas profundezas as quais os próprios anjos desejam perscrutar (1a Pedro 1:12), pois eles sabem, melhor que quaisquer outras criaturas, que Deus é amor. Uma coisa ainda mais impressionante e bela é que o amor de Deus se manifeste tão extraordinário e tão maravilhoso ao ponto de, para salvar pecadores, Ele mesmo se tenha encarnado, tomando sobre si toma amargura da Cruz para lhes obter a vida eterna.

9. No momento, eu carrego e compartilho a cruz e os sofrimentos de todos os que são meus, embora eles sejam criaturas e eu o Criador.
Atos 9:4. Ele caiu por terra e ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Embora corpo e espírito sejam duas entidades muito distintas, eles são de tal forma unidos entre si que são inseparáveis; assim, se o membro mais insignificante do corpo sofrer, o espírito tem consciência disso. Eu sou a vida e a alma de meus filhos, que são meu corpo e meus membros; eu me ressinto de todas as suas dores, todos o seus sofrimentos e eu os socorro e livro no tempo oportuno.

10. Tendo eu mesmo passado pelo fogo e tomado minha cruz, eu posso proteger e salvar aqueles que são envolvidos pelas chamas da tribulação.
Êxodo 3:2-6. Daniel 3:23-25. 1a de Pedro 4:12-13. Como a salamandra não morre jamais por maior que seja a violência do fogo, aqueles que receberam o batismo flamejante do Espírito Santo e que são nascidos de novo estão para sempre em segurança, mesmo que passem pelo fogo: eles estão em Mim.

Fonte:
www.enseignemoi.com/.../le-mystere-de-la-croix-et-de-la-souffrance.html

Tradução:
Fernando Sabóia Vieira

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