"Naquela noite eu compreendi, senti, realizei o sentido da Cruz de Cristo, que a Cruz é a reparação do irreparável; que nós todos carregamos um fardo onde se encontram inexoravelmente mesclados tudo aquilo de que somos vítimas com tudo aquilo de que somos culpados, mas que podemos depositar todo esse fardo, tal como está, em bloco, na Cruz; pois a cruz é, ao mesmo tempo, o perdão para tudo aquilo de que somos culpados e o verdadeiro consolo de tudo aquilo de que somos vítimas.
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Desde então meu ministério humano não parou de se aprofundar. Vejo virem a mim homens e mulheres de todas as idades e de todas as condições que carregam um fardo onde estão intrinsecamente mesclados aquilo de que são vitimas com tudo aquilo de que são culpados. É certo que há em suas vidas coisas das quais,se sentem verdadeiramente vitimas e coisas das quais se sentem verdadeiramente culpados. Mas quando olhamos mais de perto, percebemos que a fronteira está longe de ser precisa.
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Nós reencontramos mais uma vez esse duplo aspecto da graça, que se manifesta, ao mesmo tempo, pela cura e pelo perdão, na passagem de Tiago que eu já citei: "Há alguém enfermo entre vós? Que chame os anciãos da Igreja, e que os anciãos orem por ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor; a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e se houver cometido pecados lhe serão perdoados" (Tiago 5:14-15).
Paul Tournier, "Bible et Medicine", capitulo 23: Pecado e Enfermidade. Tradução de Fernando Saboia Vieira.
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