I
Mais silenciosos
Do que o esperado
Como uma pausa
Como se cruzasse um portal
Entre mundos e eras
Como se tudo tivesse sido apenas
Uma longa introdução
Perdi coisas
Que nunca tive
Futuros que não aconteceram
Passados inexistentes
Ganhei coisas
Que sempre tive
Passados vividos
Futuros encontrados
II
Perdeu-se o tempo
Da simplicidade
De ser ingênuo ou herói
Saber é um caminho
Sem volta
Pensar é um vício
Sem cura
Agora
O caminho
Se torna peregrinação
E o tempo
Apenas uma possibilidade
III
Faço perguntas
Cada vez mais humanas
Em busca de razões
Cada vez mais divinas
Obtenho cada vez menos
Respostas
Mas tenho, cada vez mais
A silenciosa companhia
Da Palavra
Da Palavra plena
E transitiva em si mesma
IV
Translúcido
Transparente
Completamente atravessado
Vazado
Sem opacidades
Sem toldos
Não consumido
Não obliterado
Refratado
Decomposto
Reposto
Integrado
Seus olhos, Seus olhos
Como chamas de fogo...
Fernando Sabóia
De "Meu Caminho Coberto de Flores de Ipê Roxo"
De "Meu Caminho Coberto de Flores de Ipê Roxo"
Comentário do Sérgio Avillez
ResponderExcluirFernando,
Você sempre me encanta de muitas formas. Aqui em Bogotá lembro de ti quase todo o tempo. Tanto a beleza singela do local, dos irmãos quanto das palavras proclamadas aos cantos por muitos.
Realmente:
Saber é um caminho
Sem volta
Pensar é um vício
Sem cura
Obrigado por você ser o que é! Obrigado por expressar muitas vezes meu coração.
Ainda desejo fazer uma viagem contigo. Vou aprender muito.
Abraços,
Parabéns e obrigado pelos edificantes pensamentos!
ResponderExcluirBelíssimo poema e que me edificou muito! Me lembrou de Ec 3:15
ResponderExcluir"O que é já foi, e o que há de ser também já foi; Deus fará renovar-se o que se passou."