quinta-feira, 1 de maio de 2025

 Soneto de peregrinação 

 

 

Vou encontrar novamente

O que já me fez sorrir

Quero ver mais adiante

Algo de belo ainda florir

 

Sei que não mais haverá

Para mim dias sem penas

Sei que nunca mais vou andar

Esses caminhos sem cadenas

 

Mas a beleza é necessária

Como a leveza e o amar

Como a certeza e o cantar

 

Um dia chegaremos sem planos de partir

Envolvidos nos suaves aconchegos do lar

Com a vida repleta das plenitudes de viver

 

 

 

Fernando

2025

 

 

 


A Igreja adora

 

I

 

O quanto me custou

Tudo o que me doeu

O quanto valeu a pena

Tudo o que amei

 

Gerações que se tecem

Com os fios da eternidade

Vidas entrecruzadas

Com as tramas da esperança

 

Vejo seus rostos

Conheço suas almas

 

Entre luzes e sombras

Histórias e sonhos

Me encontro

Deixo-me integrar, pertencer

 

Me vejo em seus sonhos

Me conheço em suas almas

 

  

II

 

Nunca foi minha virtude

Ou coragem, ou mesmo vaidade

Nunca foi o meu medo

Ou fraqueza, ou mesmo piedade

 

Nunca foi uma ideia brilhante

Ou uma poesia emocionante

Nunca foram as melodias que não se ouvem

Ou as cores e luzes que não se veem

 

Foi, sempre, a Tua graça

Imerecida, inexplicável

Poderosa, inabalável

 

Foi sempre o Teu amor

Eterno, constrangedor

Imenso, transformador

 

 

Fernando

2025

 

 

 

Teu nome, Jesus

 

 

Jesus, não quero jamais  

Pronunciar o teu nome

Sem que me aqueça o coração

Sem que me emocione a alma

Sem ternura nos lábios

Sem sonhos de moradas

A me iluminarem os olhos

 

Ainda que meus dias possam ser ásperos

E sem gentilezas

Nesses tempos de carestia 

Em terras insólitas

Que eu sempre diga o teu nome

Com uma alegria inexplicável

Com uma paz incomensurável

Com a intimidade de amigos

 

 

Fernando

2025

Nenhum comentário:

Postar um comentário