Soneto de peregrinação
Vou encontrar novamente
O que já me fez sorrir
Quero ver mais adiante
Algo de belo ainda florir
Sei que não mais haverá
Para mim dias sem penas
Sei que nunca mais vou andar
Esses caminhos sem cadenas
Mas a beleza é necessária
Como a leveza e o amar
Como a certeza e o cantar
Um dia chegaremos sem planos de partir
Envolvidos nos suaves aconchegos do lar
Com a vida repleta das plenitudes de viver
Fernando
2025
A Igreja adora
I
O quanto me custou
Tudo o que me doeu
O quanto valeu a pena
Tudo o que amei
Gerações que se tecem
Com os fios da eternidade
Vidas entrecruzadas
Com as tramas da esperança
Vejo seus rostos
Conheço suas almas
Entre luzes e sombras
Histórias e sonhos
Me encontro
Deixo-me integrar, pertencer
Me vejo em seus sonhos
Me conheço em suas almas
II
Nunca foi minha virtude
Ou coragem, ou mesmo vaidade
Nunca foi o meu medo
Ou fraqueza, ou mesmo piedade
Nunca foi uma ideia brilhante
Ou uma poesia emocionante
Nunca foram as melodias que não se ouvem
Ou as cores e luzes que não se veem
Foi, sempre, a Tua graça
Imerecida, inexplicável
Poderosa, inabalável
Foi sempre o Teu amor
Eterno, constrangedor
Imenso, transformador
Fernando
2025
Teu nome, Jesus
Jesus, não quero jamais
Pronunciar o teu nome
Sem que me aqueça o coração
Sem que me emocione a alma
Sem ternura nos lábios
Sem sonhos de moradas
A me iluminarem os olhos
Ainda que meus dias possam ser ásperos
E sem gentilezas
Nesses tempos de carestia
Em terras insólitas
Que eu sempre diga o teu nome
Com uma alegria inexplicável
Com uma paz incomensurável
Com a intimidade de amigos
Fernando
2025
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