sábado, 4 de setembro de 2021

Uma convocação de oração para a Igreja

 

Fernando Saboia Vieira – isn/bsb/set/2021/AD

 

 

Caros irmãos e irmãs, companheiros de jornada,

 

 

Em tempos tão difíceis e confusos como os que temos vivido, até mesmo uma convocação da Igreja para uma agenda de oração pode apresentar dúvidas e perplexidades.

Creio que precisamos buscar em Deus não apenas os temas, assuntos e palavras corretas para nossas petições, intercessões e súplicas, mas também e principalmente o coração, a motivação e a atitude interior alinhados com o Senhor e o Seu Reino, para que possamos orar de modo apropriado, segundo Sua vontade.

Sem isso, facilmente poderemos nos perder em meio a conflitos, ideias, motivações e propósitos que, apesar deterem, eventualmente, sentido e pertinência no plano terreno de nossa existência, em meio ao presente caos moral, social e político em que nos encontramos, podem, ainda assim, estar em desconformidade com o que as Escrituras nos prescrevem para nós, discípulos de Jesus.

Creio que um guia seguro para nossas orações está exatamente no ensino de Jesus, quando Ele diz, explícita e diretamente aos discípulos, como eles deveriam orar, em Mateus 6:9-10:

 

A santificação do nome do nosso Pai, que está nos céus, o nome que nós carregamos o tempo todo como filhos, nos tornando depositários da Sua honra, dignidadee propósitos. Ao iniciarmos nossas orações, devemos sempre nos lembrar de quem somos e de quem é o nosso Pai a quem nos dirigimos.

Que Sua vontade, e não a nossa, não a de quem quer que seja, prevaleça. É necessário que busquemos discernir a vontade do Senhor, e não presumir, apressada e presunçosamente, que a conhecemos, mais ainda quando se trata de situações concretas complexas e conflituosas. 

 

Outra atitude que me parece fundamental, quando nos dispomos a orar, é a apontada por Jesus na parábola do fariseu e do publicano, na qual dois homens, com disposições opostas de coração, se colocam diante de Deus em oração (Lucas 18:9-14). Como escreveu Andrew Murray, embora as palavras do fariseu raramente sejam ouvidas no meio dos irmãos, o seu espírito nunca está de todo ausente, e precisamos nos precaver, cada um de nós,quanto a ele.

 

Nossa justiça própria, nosso senso pessoal de valor, nossas convicções e opiniões, nossa indignação e mesmo nossas melhores intenções poderão, facilmente, se tonar muralhas entre nós e o Senhor, na medida em que colocam nosso eu em primeiro plano. 

Diferentemente, a humildade e o quebrantamento moverão a nosso favor a Sua misericórdia e permitirão que nossos clamores cheguem ao Seu trono de graça, corrigindo nossas motivações e revelando o coração do Pai. Acho que muitas vezes minhas dúvidas e temores foram e são mais úteis a Deus do que minhas convicções e impetuosidades.

Pensando objetivamente nos nossos dias difíceis, podemos, com bastante certeza, a partir das Escrituras, apontar alguns motivos gerais de oração e súplica para o povo de Deus hoje:

 

• Que o Evangelho seja pregado em todo lugar, a todas as pessoas, com um testemunho verdadeiro da Igreja sobre o amor, a misericórdia e a graça do Senhor;
• Que as pessoas se convertam. Precisamos sempre nos lembrar que essa é a vontade de Deus, e que países,nações, governos e instituições não se convertem.Apenas pessoas podem se arrepender e se entregar ao Senhor e serem tonadas cidadãos do Reino dos céus;
• Que a Igreja seja santa e proclamadora. Que o povo de Deus seja conhecido por seu amor e serviço, por sua santidade e pureza, por sua misericórdia e compromisso com a verdade;
• Que prevaleçam a verdade e a justiça, especialmente em favor dos desvalidos e desamparados;
•  

 

Assumindo, dessa maneira, uma perspectiva do reino de Deus nas nossas orações, e considerando que vivemos neste mundo e é aqui que precisamos viver e proclamar, podemos e devemos colocar em nossa agenda de intercessão questões e pessoas específicas, assim como os conflitos e dramas de nossa geração, segundo as orientações bíblicas:

 

1ª a Timóteo 2:1-4 

Tito 3:1-2 

Romanos 13:1-7

1ª de Pedro 2:13-17

 

 

 

 

 

1) Orar pelas autoridades:

 

• Para que se convertam;
• Para que temam a Deus;
• Para que façam justiça;
• Para que ajam com honestidade;
• Para que promovam o bem;
• Para que cumpram as leis;
• Para que estabeleçam e estimulem a paz;
•  

 

Quem são as autoridades pelas quais devemos orar?

 

• Governantes, legisladores, juízes, agentes do Estado investidos de poder;
• Presidente, Governadores, Prefeitos e seus prepostos;
• Senadores, Deputados, Vereadores;
• Juízes, Desembargadores, Ministros;
•  

 

2) Orar por paz

 

Como cristãos, não podemos nos associar aos revoltosos, aos que disseminam ódios, iras econflitosaos que pregam e buscam a tomada do poder pela via da força e da desobediência (Provérbios 24:21).

Não podemos nos envolver nas disputas por influência e poder neste mundo mediante recursos não legais e pacíficos. Jesus recusou expressamente esse caminho na tentação no deserto.

 

Precisamos, então, orar para que

 

• Os conflitos e divergências sejam resolvidos de forma pacífica, pelos meios legais, institucionais, de acordo com as leis e decisões das autoridades;
• Não haja violência, desordem, tumultos e rebeliões;
• As leis e decisões das autoridades sejam respeitadas;
•  

 

Como discípulos de Jesus, devemos ser mais do que pacifistas. Devemos ser pacificadores, promotores da paz, para que sejamos chamados de filhos de Deus!!

 

3) Orar por questões sociais e políticas

 

A denúncia do mal e a postulação pelo bem não podem se tornar motivos para ódiosindignações, iras, revoltas, maledicências, vinganças

Precisamos orar como quem tem fome e sede de justiça, mas da justiça do reino dos céus.

Oramos, pois

 

• Por justiça parta todos, especialmente para os pobres e desvalidos;
• Pela prevalência da verdade, da honestidade valores morais;
• Pela vida e pela liberdade;
• Contra a opressão econômica e social
•  

 

Devemos, em oração, entregar essas causas ao único Juiz, sabendo que apenas na manifestação do Seu Reino é que a justiça será feita de forma justa e plena.

 

Queridos irmãos e irmãs, que a suficiente graça de Jesus seja com todos nós nesses dias difíceis.

Vamos orar e interceder pela nossa geração e pelas pessoas do nosso País.

 

A Igreja diz: Maranata! Vem, Senhor Jesus!

 

Seu conservo,

 

Fernando

 

 

 

 

 

 

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