sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Lisboa

ando por ruas estreitas
de quando a vida era simples

piso pedras polidas pelo tempo
com a sensação de ter daqui
um dia partido
sem nunca ter aqui estado antes

recolho lembranças e futuros
nunca dantes navegados

ouço canções
que falam de um tristeza antiga
e incompreensível
que eu sempre trouxe na alma
sem nomes, sem datas
e sem histórias
e que agora encontro nos rostos,
esquinas e praças

poderia aqui viver e morrer
e não seria um exilado
mas minha alma
aquecida pelos trópicos
quer o mar quente e o luar puro
o sertão árido
e as terras amplas
onde me foi dado nascer e viver
e aos quais agora pertenço


Lisboa, 24 out 08, AD

Fernando Sabóia Vieira
De “Versos Exilados”

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