domingo, 26 de novembro de 2017

Do fundo de uma gaveta... 1980, 19 anos de idade.


Caros,
Um dia desses, Elsie, minha irmã, me deu um envelope com dois poemas que escrevi e entreguei a ela em 1980!! Ela tinha guardado a página arrancada do meu caderno, escrita à lápis, juntamente com a cópia passada a limpo com sua bela letra.
Preciosa lembrança, grande carinho. 
Muito obrigado, Elsie.
Os versos são ingênuos e puros, como a nossa fé ainda recém abraçada naquele momento.
 


Oferta


Que hei de oferecer ao meu Senhor?
Meus olhos contemplam sua grandeza
E minha mente considera a imensidão
Da obra de sua mão.

Que hei de lhe oferecer?
Desde a simples e pequena erva
Até as imensas e insondáveis galáxias
Tudo, tudo é obra de seu poder...

Que hei de lhe oferecer?
Sua é a luz dos meus olhos
E seu é o fogo que anima minha existência.
Dele recebi a paz de sua guarda
E o amor de sua geração.
Que bem terei para lhe ofertar,
No dia de sua visita?
Minha própria vida ele me deu,
Livrando-me do opróbrio
De um nascimento na morte.

Que hei, pois de lhe oferecer?
Antes, quero apenas lhe devolver
Os dons de seu amor
E o fruto de sua misericórdia.

 

Pertencer


Sou teu
Sou teu porque tu me redimiste
Em meio a uma sociedade injusta
Violenta e perdida
Ungiste-me com tuas lágrimas
E lavaste-me com teu sangue,
Para que eu pudesse me assentar
Diante de tua face
À mesa de teus escolhidos.

Por isso, sou teu,
Me fortaleço na tua força
E guio-me na tua luz,
Tuas palavras povoam meus lábios
E o teu hálito anima minhas narinas.

O teu Espírito é meu
Porquanto eu sou teu,
Porquanto tu me abençoaste
Segundo a multidão de tuas misericórdias.


Fernando Saboia Vieira
13/03/80









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