Um silêncio absurdo
Paira sobre mim
Como um poder sobrenatural
Anulando tempos e estações
Ninguém lê o que eu não escrevo
Ninguém ouve o que não digo
Na agonia do meu sorriso calmo
Ninguém me vê
Na serenidade dos meus passos claudicantes
Ninguém me encontra
Fui bloqueado, anulado
Escondido por um personagem
Que as pessoas veem, ouvem
No qual acreditam
E de quem esperam palavras e feitos
Ele não as assusta com sua vida
Plástica, perfeita
Ele não me deixa existir com minha vida
Pungente, carente
Eu o inventei
Ele me desinventiu
Ele se tornou o fato
E eu, o seu invisível reflexo
Fernando Saboia, de "Invisibilidade", ano 2009
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