sábado, 25 de junho de 2016

Invisibilidade

Invisibilidade


Um silêncio absurdo
Paira sobre mim
Como um poder sobrenatural
Anulando tempos e estações 

Ninguém lê o que eu não escrevo 
Ninguém ouve o que não digo

Na agonia do meu sorriso calmo
Ninguém me vê 
Na serenidade dos meus passos claudicantes
Ninguém me encontra

Fui bloqueado, anulado
Escondido por um personagem 
Que as pessoas veem, ouvem
No qual acreditam
E de quem esperam palavras e feitos

Ele não as assusta com sua vida
Plástica, perfeita
Ele não me deixa existir com minha vida
Pungente, carente

Eu o inventei 
Ele me desinventiu 

Ele se tornou o fato
E eu, o seu invisível reflexo


Fernando Saboia, de "Invisibilidade", ano 2009


Invisibilidade

Invisibilidade


Um silêncio absurdo
Paira sobre mim
Como um poder sobrenatural
Anulando tempos e estações 

Ninguém lê o que eu não escrevo 
Ninguém ouve o que não digo

Na agonia do meu sorriso calmo
Ninguém me vê 
Na serenidade dos meus passos claudicantes
Ninguém me encontra

Fui bloqueado, anulado
Escondido por um personagem 
Que as pessoas veem, ouvem
No qual acreditam
E de quem esperam palavras e feitos

Ele não as assusta com sua vida
Plástica, perfeita
Ele não me deixa existir com mimha vida
Pungente, carente

Eu o inventei 
Ele me desinventiu 

Ele se tornou o fato
E eu, o seu invisível reflexo


Fernando Saboia, de "Invisibilidade", ano 2009


quarta-feira, 8 de junho de 2016

O Inventor de Todos os Mundos

O Inventor de Todos os Mundos
 
 
Deus criou os mundos sonhando
Inventou a vida cantando
Escolheu as cores
Brincando com sua própria luz
 
Deus nos criou para a música,
Para o trabalho, para a dança
E para o nascer do sol no dia eterno
 
Deus sopra no nosso espírito
As galáxias e os mundos
Que ainda não existem
E nos dá sonhos de inventar
 
Deus nos enche a alma
De coragem e de paixão
De amor e de fé
Para que andemos neste mundo
Caminhando nos céus...
 
 
 
(De “Versos Exilados”)
 
Fernando Saboia Vieira

terça-feira, 7 de junho de 2016

Poesias serôdias


Apaixonados, todavia

 

Às vezes não sei o que fazer
 
Com esta alma antiga


Nostálgica

Que quer viver apaixonada

Pela beleza e pela leveza

Nestes dias de mundo cínico

Global, precificado e solitário

 

Não sei o que fazer
 
Com esta alma inédita


Inquieta
 
Que quer viajar pelos novos mundos


Próximos e longínquos

Para conhecer suas dores e amores

 

Às vezes, quando olho, eu vejo

E tudo está aqui mesmo

Próximo e infinito

Ausente e presente

Aparente e, finalmente, Real
 
 
Fernando Saboia, de "Chuvas Serôdias".
 

 


 

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Aos que necessitam de paz...


Aos companheiros de jornada em busca da vida interior,

 

Algumas Reflexões sobre a Paz

 


1) É sua paz interior que ordena o mundo à sua volta ou é o caos exterior que desordena o seu mundo interior?

2) Se você leva a guerra dentro de você, como vai encontrar paz por onde quer que ande?

3) A paz não é a ausência de conflitos exteriores, aparentes, mas a harmonia com a Realidade divina e invisível que tudo envolve.

4) Nossa paz não é nossa, mas a de Jesus. Assim, se Ele está em Paz, nós, n’Ele, temos paz. Em qualquer circunstância podemos perguntar: o Senhor, por acaso, perdeu Sua Paz? Se Ele não, nem nós, se estivermos n’Ele.

5) Jesus está no Trono e não está nervoso. Reina tranquilo. Posso olhar para Ele e encontrar sossego no Seu governo soberano.


6) Os antigos diziam que o homem espiritual é como um lago de águas profundas. Mesmo quando agitado em sua superfície pelas intempéries da vida, permanece manso e sossegado no seu íntimo, em contato com a Presença que nele habita.

7) Paz não é uma condição de bem-estar psicológico ou emocional, mas uma condição espiritual que depende apenas de nosso relacionamento com o Príncipe da Paz.

 

8) A condição da paz interior é a mansidão de coração. Os selvagens e os indomáveis vivem em guerra. Os mansos são suavemente conduzidos às águas tranquilas.

 

9) A paz de Jesus é privilégio dos humildes, dos que dependem totalmente do Senhor. Toda guerra e todo conflito se alimenta da soberba, do orgulho, dos desejos inquietos e sempre insatisfeitos. O humilde, o pobre de espírito, já entregou tudo, não tem nada a defender ou reivindicar.

 

10) As guerras e conflitos interiores só podem ter fim na cruz, que é a derrota cabal da minha carne e a completa vitória de Deus. Só há paz na cruz, qualquer outro caminho mantém no coração a semente da guerra.



Fernando Sabóia Vieira

 

 

Versos Exilados

Vitrines


Deus suavemente me
conduz
ao encontro de mim
onde Ele me espera
e me espelha
para revelar
refletida em sua iluminada
Face
minha opaca ilusão
de ser eu mesmo

vejo-me no reflexo
dos meus olhos espelhados
no Seu olhar eterno
como vitrines do infinito
e, afinal, compreendo-me
componho-me
sou transformado
na Imagem d'Aquele
a quem contemplo


Fernando Saboia Vieira
de "Versos Exilados", 2008

quarta-feira, 1 de junho de 2016

A Vida e a vida


A Vida na vida

 

A Vida ocorre

Mesmo nos intervalos da vida.

Ela flui da solitude e do silêncio

Que tudo harmonizam

Do sentido que envolve todas as coisas

De viver e de morrer,

De amar e de se dar

Perdidos e achados na vida

Resgatados pela Vida

 

A vida nos encanta

E nos agride,

A Vida nos decanta

E nos constrói

 

A vida nos atrai

E nos aterroriza,

A Vida nos convida

E nos energiza

 

A Vida não se cria e não se perde,

A Vida a gente encontra

Nos intervalos e na essência da vida


Fernando Saboia, de "Versos Peregrinos".