“...
põe-se vinho novo em odres novos...” (Mateus 9:14-17)
Fernando
Sabóia Vieira, BsB, 2012, AD
Uma Visão Panorâmica
da Igreja no Novo Testamento
Caros,
Estamos
meditando nesses últimos dias sobre natureza, propósito, vida e funcionamento
da igreja. Temos compreendido que é chegado o momento de aperfeiçoar e
completar o ordenamento da nossa congregação aqui em Brasília.
Precisamos
melhor estruturar os serviços de presbitério, diaconia, liderança, grupos
caseiros, discipulado e outros. Temos necessidade de definições sobre formas de
funcionamento, ensinos e práticas.
Também
temos sentido um intenso chamado do Senhor para amadurecimento, crescimento,
frutificação, santificação e adoração.
Assim,
nos propusemos a meditar sobre como deve a Igreja se organizar, quais seus
alvos, como deve ser a vida dos irmãos, como devem ser seus encontros.
O
Novo Testamento tem um modelo de organização e funcionamento para a Igreja? O que as Escrituras nos trazem como
princípios, normas e orientações para a Igreja? O que estamos fazendo está de
acordo com a Bíblia? Podemos nela respaldar nossas práticas?
São
essas algumas das perguntas que têm norteado essa reflexão.
A
partir de uma leitura geral do Novo Testamento, podemos destacar as seguintes características
marcantes da Igreja em seus primórdios.
A Igreja vivia,
desde seu nascimento, em função de uma PROCLAMAÇÃO, de um PROPÓSITO,
de
uma PRESENÇA
e de suas implicações em termos de qualidade de vida e de serviço de seus
membros.
A PROCLAMAÇÃO era a do REINO DE DEUS, da necessidade de
arrependimento e conversão, de submissão ao governo soberano do Criador e de
Seu Filho. Esse havia sido o Evangelho – a boa nova – pregado por Jesus e
continuava a ser o centro da vida e da pregação dos discípulos.
O PROPÓSITO ETERNO,
em oculto desde a queda do homem, agora revelado plenamente por Deus, era o de
ter uma FAMÍLIA
de filhos com Sua natureza e caráter. A proclamação do Reino de Deus, com sua
convocação ao arrependimento e conversão, tinha exatamente o objetivo de tornar
os homens filhos do Pai Celeste.
Havia,
destacadamente, na vida da Igreja, uma PRESENÇA viva, dinamizadora, reveladora,
dirigente, santificadora, poderosa, atuante e comunicativa: o ESPÍRITO SANTO,
o outro Consolador prometido por Jesus.
Em consequência
da proclamação do Reino, da compreensão do propósito de Deus e da presença do
Espírito Santos, homens e mulheres experimentavam uma profunda conversão pessoal, com
transformação de caráter e de comportamento. Não se tratava de uma tradição ou
de uma fé herdada, mas da presença vida de Deus agindo, convencendo,
restaurando, salvando, chamando a uma comunhão inédita com Ele.
Dessa forma, os
primeiros cristãos eram completamente comprometidos com a pregação do Evangelho como
parte de suas vidas. Não havia necessidade de um envio ou comissionamento
específicos. Indo, proclamavam o Reino e faziam discípulos de Jesus.
A comunidade
de discípulos tinha uma vida intensa de adoração, oração, comunhão e serviço.
Os discípulos
experimentavam uma qualidade de relacionamento com Deus e com os
irmãos que os enchia de temor, louvor, alegria e chamava a atenção dos de fora.
A Igreja não estava
presa a um determinado lugar, reunindo-se nas casas e em lugares
públicos. Também não estava confinada a
uma cidade, a um povo ou uma cultura,
mas se espalhava por todos os lugares, povos e culturas.
Para seus
encontros, a Igreja não dispunha de uma liturgia estabelecida. A
adoração e a edificação eram produtos da participação promovida pela atuação do
Espírito Santo na vida de cada um, sob a coordenação dos líderes.
Não havia nada
parecido com um manual de normas, procedimentos e ensinos
sistemáticos.
A Igreja era vivificada, dinamizada
dirigida, capacitada, edificada, organizada e santificada pelo Espírito Santo. Ela era,
assim, assim, mais pneumática e carismática do que humana e institucional.
Os ministérios, operações, serviços
e ações eram resultantes das investiduras e capacitações do Espírito Santo.
Reino,
propósito de Deus e o Espírito Santo eram os ingredientes do “vinho novo”
trazido por Jesus que haveria de romper os “odres velhos” do judaísmo e
produzir os “odres novos” capazes de conter sua expansão e fermentação, em
termos de vida e serviço que produzem adoração, santificação, comunhão com Deus
e os homens, evangelismo e edificação.
É isso que
queremos experimentar. Oportunamente, compartilharemos algo mais sobre o tema.
Que a Graça de Jesus seja com o Espírito de todos.
Fernando