Quando caía a noite
Sobre aquelas poucas casas
De vila militar
Isolada, cercada de matas,
Ouvíamos clara e transparente
A voz do rio distante que cantava
Cânticos de verdes passagens,
Histórias de sonhos e de pedras.
Quando a noite de silêncio
Cai finalmente sobre as moradas
De minha alma sossegada,
Eu posso ouvir os cânticos
Dos rios interiores
E profundos que correm dentro de mim
Para as eternas paragens
E cantam histórias e lugares
De luzes líquidas, infinitas.
Fernando Sabóia, de "A Explosão de Silêncio".